segunda-feira, 4 de junho de 2007

Paulistas, às armas!



Em 23 de maio de 1932, alguns paulistas morreram durante uma manifestação contra Getúlio Vargas: Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Camargo de Andrade. As iniciais dos quatro formaram a sigla M.M.D.C., à qual muitos hoje acrescentam um "A" em homenagem a Orlando de Oliveira Alvarenga, que morreu tempos depois.


Dentro de um mês ter-se-ão passado 75 anos desde que os paulistas, num gesto heróico diante do ditador Vargas, puseram-se em armas num movimento constitucionalista (e não separatista, como muitos pensam erroneamente). Meu pai, então com dezoito anos, ajudou seus colegas de Politécnica a montar projéteis para os canhões Krupp de 75mm, como se vê nesta foto tirada em um galpão da Poli (ele está com as mãos apoiadas sobre o projétil):


Orgulho-me muito de minhas fortes raízes paulistas, embora a genealogia mostre quão rasos são os regionalismos ou bairrismos... e encho o peito para dizer que meu pai defendeu a legalidade contra os desmandos de ditadores. A foto abaixo mostra como era o canhão de 75mm da Krupp:

Muito além do Jardim... do Éden

Michelangelo, A criação de Adão. Capela Sistina, ca 1511
Dia destes, uma tia, irmã de minha mãe, sabendo de minhas já avançadas investigações genealógicas, comentou comigo, em tom de brincadeira: "E então, Marcello Augusto, pelo tempo dessa pesquisa já-já você chega a Adão e Eva". E respondi: "Que nada, tia, já passei deles... "

Como assim, passou? Talvez seja uma surpresa para você, mas o mundo pouco provavelmente foi criado em 4004, como dizem os fundamentalistas cristãos (criacionistas). James Usher (1581-1656), arcebispo de Armagh, Primaz da Irlanda e vice-chanceler do Trinity College em Dublin, era muito respeitado em sua época, e seu tratado sobre cronologia – com base em uma complexa análise – foi incorporado a uma versão autorizada da Bíblia em 1701, e com isso passou a ser tão acatado quanto a própria Bíblia.


Usher calculou que o primeiro dia da criação foi um domingo, 23 de outubro de 4004 a.C., e disse que Adão e Eva foram expulsos do Paraíso numa segunda-feira (tinha de ser, ô diazinho chato), 10 de novembro de 4004.


Com todo o respeito devido a Usher, discordo. Estudiosos como Zecharia Sitchin (O 12º planeta, O começo do tempo, Encontros divinos, Código cósmico e Escada para o céu, em português) e Laurence Gardner (A linhagem do santo Graal, O legado de madalena, Segredos perdidos da arca sagrada e outros), que entre outras coisas inspiraram o Código da Vinci, afirmam que o tal do elo perdido nunca existiu, e que descendemos de uma hibridação feita em laboratório por extraterrestres.


Surpreso? Pois saiba que Bryan Sykes, um dos mais renomados geneticistas mundiais, analisou um elemento do DNA herdado pela linha materna e fez o caminho de volta aos tempos pré-históricos, descobrindo que 95% de todos os europeus modernos descendem das mesmas mães ancestrais - Úrsula, Xênia, Helena, Velda, Tara, Katrine e Jamine – nomes que deu às “sete filhas de Eva”, que viveram na África.


O projeto Genoma Humano, que analisa o DNA mitocondrial, sugere que a mulher mais antiga data de um momento entre 150 e 250 mil anos atrás, na África – exatamente como afirmam Sykes e Sitchin, que estudou textos sumérios na língua original. E Gardner teve a paciência de publicar a genealogia dos descendentes de En.ki, um importante anunnaki, e uma mulher local (terrestre), começando por... seus filhos Adão e Eva, of course. Quando isso se deu? Segundo Sitchin, perto de 200.000 anos atrás.

"...eu chego a achar Herodes natural"


Esse era o refrão de uma música de Vinícius e Toquinho (Cotidiano). Bem, adoro meus filhos e discordo do poetinha. Mas em termos genealógicos, quem descende do cruel rei de Judá, Herodes o Grande? Para citar apenas um exemplo, 111 gerações separam nosso João Portes d’El-Rei – que se c.c. Juliana Antunes (GP, Vol. VIII, Tit. Pretos, p. 276) de Herodes.

O quadro à esquerda chama-se Mariamne leaving the Judgement Seat of Herod, criado por John William Waterhouse em 1887 e atualmente na Coleção Forbes, em Nova York.

Mariamne "a Hasmonéia" (*57 a.C. – †29 a.C.) foi executada por adultério por instigação de Salomé, irmã de Herodes, e da mãe de Mariamne, Alexandra. (Com mãe assim, quem precisa de cunhada venenosa?)
Ela c.c. (37 a.C.) Herodes o Grande (*73 - č37 – †4/4/4 a.C.), rei de Judá, fº de Antípatro II (†43 a.C.), procurador de Judá, e de Cipro de Petra, de uma eminente família dos arabisos; n.p. de Antipas I, governador de Iduméia; b. de Antípatro I, strategos da Iduméia. Sua família seria descendente de Iduméia, filho de Esaú e de Ada, n.p. de Isaac e Rebeca. De repente, em nossa genealogia, uma história tão antiga e até bíblica recebe contornos personalizados. Quantos de nós não descendem desse casal...